Encerrando o dia de trabalho na Conseguro desta quarta-feira, 29, a discussão girou em torno das flexibilizações do mercado promovidas pela Susep. Participaram do painel Rafael Pereira Scherre, diretor da Susep; Igor Lins da Rocha Lourenço, diretor da Susep; Antonio Trindade, presidente da FenSeg e da Chubb Seguros Brasil; Bruno Garfinkel, vice-presidente da FenSeg e presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro e Thisiani Matsumura Martins, presidente da Comissão de Grandes Riscos da FenSeg e Country Manager da AXA XL Seguros.
O novo arcabouço regulatório publicado pela SUSEP para os Seguros de Danos e Responsabilidades é considerado um cenário diferenciado para o mercado segurador tanto para os seguros massificados quanto para os grandes riscos.
Rafael Scherre afirmou que a função do regulador é promover a concorrência. “Essa é a forma de gerar melhores resultados para o consumidor”, defendeu. Ele explicou que a flexibilização é que permite a concorrência entre as seguradoras que poderão atender o consumidor e facilitar o acesso da sociedade de forma geral à proteção.
Ele disse ainda que é importante ser flexível e simples na regulação para facilitar a inovação que é fundamental.
O representante da Susep disse ainda que o Corretor de Seguros pode trazer informações relevantes ao consumidor que também deve estar atento ao que está contratando. “Ele precisa saber o que está comprando e contratando. O consumidor tem que ter o papel de responsabilidade individual. Ele pode pressionar a seguradora e o Corretor sobre o que está contratando”, alertou.
Igor Lins disse que o consumidor de grandes riscos é diferente do consumidor de massificados. “Penso que a norma veio para estampar o que foi dito pela lei de liberdade econômica que vem dizer que o estado precisa intervir naquilo que é essencial”, afirmou. Para ele, o Estado precisa enxergar o mercado privado com o princípio da boa-fé e a flexibilização normativa é dizer que o mercado produza conforme a necessidade do mercado.
No caso do seguro garantia, ele explicou que o objetivo é que a norma consiga contemplar todos os públicos, por isso ela foi colocada em consulta pública e deve voltar mais uma vez. “É importante que a regulação da Susep seja construída por diversas mãos. Ela passa por uma coleta de sugestões”, explicou.
Já Antonio Trindade disse que as novas normas que foram discutidas com o mercado não vão promover um big bang de uma hora para outra. “Muitos produtos que aí estão continuarão a ser comercializados. Temos a oportunidade de fazer produtos diferentes para clientes diferentes, mais taylor made”, disse.
Para ele, com a ajuda das áreas de gerenciamento de risco das seguradoras e consultas dos corretores será possível montar apólices sob medida. “Não podemos esquecer também que os resseguradores têm papel fundamental de dar suporte e cobertura para que possamos ter um mercado disruptivo e moderno como funciona em outros países. É um prazer ver essa evolução acontecendo”, comemorou.
Na opinião de Bruno Garfinkel, as normas permitem mexer no preço e nas coberturas. “Essas são as duas grandes intenções. Vamos ter um tempo pra desenhar esses produtos”, ressaltou.
Ao responder uma pergunta sobre seguro intermitente, Trindade disse que talvez o atual consumidor não veja interesse em usar o seguro intermitente porque procuram uma cobertura mais ampla. “Quem está sem proteção talvez veja uma opção de proteger alguma coisa e o intermitente pode ser uma transferência de risco mesmo que parcial, talvez seja um produto de entrada, mas não será um big bang”, finalizou.
Fonte: CQCS