São muitas as mudanças que a revolução digital desencadeou no ramo segurador. Alguns softwares foram desenvolvidos e/ ou melhorados para potencializar a capacidade de tomar decisões e tornaram o espaço entre o pensar e o agir empresarial muito mais curto. Além disso, a partir da possibilidade de tomar decisões com mais agilidade e assertividade, várias seguradoras melhoraram o relacionamento com os clientes e, por via de consequência, sua rentabilidade.
Ferramentas que convertem dados em ação
Nesse aspecto de facilitar a tomada de decisão, é preciso ressaltar que a ciência de dados e o aprendizado de máquina são ferramentas que colaboram de maneira decisiva para a conversão dos dados em ação. O aprendizado de máquina ou, como é mais conhecido, Machine Learning, consegue identificar riscos não aparentes “a olho nu” e, com isso, essa tecnologia gera oportunidade para ampliar as possibilidades de melhoria na tomada de decisão das seguradoras. Por isso, em sua essência, a ciência de dados propicia uma atuação mais assertiva e eficaz dos players de seguros no gerenciamento dos seus negócios.
A ciência de dados impulsiona a evolução do setor de seguros
Há muitas maneiras pelas quais as seguradoras evoluem a partir do aproveitamento do poder dos dados. Veja abaixo algumas delas:
Otimização de preços : a ciência de dados pode ajudar as seguradoras a otimizar seus preços, analisando os dados do cliente e usando técnicas estatísticas avançadas para determinar o preço ideal para cada cliente individual. Detecção de Fraude : a ciência de dados ajuda as seguradoras a detectar e prevenir atividades fraudulentas analisando padrões nos dados do cliente e sinalizando comportamentos incomuns. Os algoritmos de aprendizado de máquina podem ser treinados para reconhecer padrões de atividade fraudulenta e alertar as seguradoras quando eles veem padrões semelhantes em novos sinistros. Marketing personalizado : as seguradoras agora podem direcionar seus esforços de marketing para segmentos específicos de sua base de clientes por meio da ciência de dados. Os players de seguros podem adaptar suas ofertas às necessidades e preferências específicas de cada grupo, tornando as campanhas de marketing mais eficientes. Previsão de sinistros : é possível prever a probabilidade de um sinistro ser registrado para uma determinada apólice. Ao analisar dados históricos de sinistros e usar algoritmos de aprendizado de máquina, as seguradoras podem prever a probabilidade de sinistros futuros e ajustar seus preços de acordo. Isso pode ajudar as seguradoras a gerenciar melhor seus riscos e garantir que tenham reservas suficientes para pagar sinistros. Segmentação de clientes : a ciência de dados também pode ajudar as seguradoras a segmentar seus clientes em diferentes grupos com base em suas características e comportamento. Isso permite que as seguradoras personalizem seus produtos e serviços para cada grupo, levando a uma maior satisfação do cliente e melhoria nas taxas de retenção.
Uso de dados contra catástrofes climáticas
Os esforços em torno de evitar tragédias climáticas são tão grandiosos que já existem até robôs que ajudam cidades a evitar enchentes no Brasil e no mundo. As inundações, por exemplo, são o perigo climático mais comum em todo o mundo e 83% dos danos causados não são cobertos pelo seguro.
Para ajudar a reduzir a lacuna de proteção contra inundações, uma empresa de tecnologia iniciante lançou um novo serviço global de dados de risco de inundação. A empresa Floodbase diz que seu monitoramento de inundações quase em tempo real pode ajudar as seguradoras a subscrever apólices a tempo para o início da temporada de furacões no Atlântico de 2023, que começa em 1º de junho.
Os próximos passos da evolução
Mídia social, wearables, telemática, interações de corretores e casas inteligentes são algumas das fontes de dados que as seguradoras exploram, dentre diversas outras, para conseguir os benefícios já citados acima. No entanto, há novos horizontes a serem desbravados. De acordo com os apontamentos de alguns líderes da Comunidade de Inovadores do Fórum Econômico Mundial, a tecnologia precisa permitir uma interação maior entre os humanos.
Segundo uma pesquisa recente do National Research Group, 79% dos entrevistados acreditam que, quando as pessoas podem interagir fisicamente, elas tratam umas às outras com mais gentileza. Isaac Castro, co-fundador e co-CEO da Emerge, explicou que é preciso criar tecnologias mais empáticas: “Precisamos voltar às raízes do que nos torna humanos. Tecnologia mais empática e humana precisará ser criada. Novos hardwares e plataformas, como realidade aumentada e interfaces cérebro-computador, disciplinas como arte e sentidos como o tato entrarão em jogo. Precisamos redefinir os contratos sociais no mundo virtual, onde a emoção, a confiança e a segurança se tornam nossas moedas mais importantes – tudo em prol do ser humano”, concluiu ele.
Fonte: CQCS