Profissionais em home office e seus empregadores estão recorrendo às seguradoras em busca de proteção contra roubos, incêndios, danos elétricos e para ter serviços de help desk e manutenção.
Em matéria publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira, 28, diz que seguros residenciais, de equipamentos eletrônicos e de riscos cibernéticos estão em alta.
De acordo com Jarbas Medeiros, presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), a oferta de assistência técnica para as mais diferentes necessidades da casa é o fator que mais atrai o interesse de quem procura um seguro residencial.
Marcelo Blay, CEO da corretora on-line Minuto Seguros, diz que o consumidor começa a perceber a relação custo-benefício positiva no seguro residencial. Uma cobertura contratada de R$ 300 mil de uma casa em São Paulo sai por R$ 500 ao ano, e de um apartamento, por R$ 270 anuais. “Não são necessárias muitas visitas de um eletricista ou encanador para perceber a vantagem de contratar o seguro”, diz Blay.
A matéria diz que entre janeiro e julho a receita das seguradoras com o seguro residencial somou R$ 1,82 bilhão, uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Jarbas Medeiros, é um bom desempenho se comparado ao mercado geral de seguros, que recuou 3% no mesmo período e também em relação ao PIB do país, que teve queda de 5,9% no semestre.
Já a contratação de seguro residencial recuou 17% em abril e 19% em maio diante das incertezas na economia, mas a demanda voltou a crescer em junho e julho, com altas de 21% e 20%, respectivamente, sempre em relação aos meses anteriores.
Para Medeiros, o aumento na demanda é consequência de uma percepção por parte dos consumidores de que o home office não foi apenas uma medida emergencial, mas é uma tendência. “As pessoas estão mais tempo em casa e querem uma solução ágil e confiável. É o que a assistência das seguradoras oferece”, diz.
Na Porto Seguro, empresa em que Medeiros é diretor, a contratação de seguro residencial cresceu 2% entre janeiro e julho.
Uma cobertura específica tem despertado o interesse dos clientes, a “negócios em casa”, voltada para a proteção contra roubo, danos e oferta de assistência técnica para equipamentos profissionais utilizados dentro de casa, como instrumentos médicos, equipamentos para salão de beleza, educação on-line, estúdios fotográficos e até mesmo comércio. “A demanda por essa cobertura é a que mais cresce e puxa as vendas de seguro residencial.”
Em muitos casos, os equipamentos utilizados em home office são de propriedade das empresas, que os cedem aos seus funcionários. A HDI Seguros lançou em agosto uma cobertura adicional de seguro empresarial para atender essa situação, a “escritório em casa de funcionário”, que cobre danos em computadores, laptops, tablets, impressoras, roteadores, modens e mobílias de escritório no endereço do colaborador. “Temos 70 mil clientes em seguro empresarial e nossa expectativa é que ao menos 15% optem pela contratação da nova cobertura”, diz Jefferson Silvestrin, superintendente de produtos massificados da HDI.
O trabalho em home office também gera preocupação com ataques cibernéticos. De acordo com a Kaspersky, desde o início da pandemia o Brasil se tornou o líder mundial em registros de ataques por ransomware, que trava o computador da vítima até o pagamento de um resgate.
Entre janeiro e julho a arrecadação de seguros cibernéticos cresceu 72% em relação ao mesmo período de 2019, alcançando R$ 20,8 milhões. O sinistro foi de R$ 267 mil nos sete primeiros meses de 2019 para R$ 13 milhões no mesmo período de 2020, segundo a Fenseg.
Fonte: CQCS