Esperamos que os donos de veículos contratem seguros espontaneamente, até porque são os maiores interessados em ter essa proteção. A afirmação foi feita pela superintendente da Susep, Solange Vieira, ao comentar a decisão do Governo de extinguir o seguro DPVAT, em entrevista coletiva concedida para a imprensa logo após participar de um painel na EXPO ABGR 2019. Segundo ela, em razão dos sérios problemas de corrupção detectados, “chegamos à conclusão que esse é o melhor caminho”.
Solange Vieira salientou ainda que a população de baixa renda já está protegida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e que o INSS também tem benefícios para as camadas de menor poder aquisitivo.
Além disso, lembrou que as pessoas “não estão vedadas de entrar na justiça contra o causador de acidentes no trânsito”.
Para a superintendente da Susep, as seguradoras que atuam no momento no seguro DPVAT, em geral, também têm participações nos ramos Auto e RC e poderão explorar o nicho que está sendo criado.
Ela também negou que o fim do seguro DPVAT e, consequentemente, dos seus repasses, irá prejudicar o SUS, que recebe 45% da receita de prêmios apurada nesse produto. “Esses repasses representam apenas 0,79% do orçamento do SUS. É, portanto, algo insignificante”, explicou.
INDENIZAÇÕES
Segundo a Seguradora Líder, de janeiro a outubro, o Seguro DPVAT pagou mais de 289 mil indenizações às vítimas de acidentes de trânsito e seus beneficiários, 7,7% a mais do que o do mesmo período do ano passado.
Desse total, 192.525 indenizações foram pagas para a cobertura de invalidez permanente. Houve ainda 62.577 reembolsos de despesas médicas (DAMS), enquanto as indenizações por morte somaram 34.018.
Os motoristas representaram mais de 57% das indenizações, com 163.619 pagamentos. Em segundo lugar aparecem os pedestres, com 89.045 e, por último, os passageiros, com 36.456 indenizações e reembolsos pagos.
As principais vítimas são os jovens, entre 18 e 34 anos, que receberam mais de 134 mil indenizações. Desse total, quase 70% adquiriram algum tipo de sequela permanente em decorrência do acidente.
Os acidentes envolvendo motocicletas continuam representando a grande maioria das ocorrências indenizadas pelo Seguro DPVAT (77%). “A indenização do Seguro DPVAT tem caráter social e protege os mais de 210 milhões de brasileiros em casos de acidentes de trânsito, especialmente os de renda mais baixa, em um contexto de menos de 20% da frota brasileira segurada. De cada 10 carros na rua, só dois têm seguro”, afirmou o diretor-presidente da Seguradora Líder, Ismar Tôrres, em reportagem publicada no site da companhia nesta segunda-feira.
Tôrres lembrou ainda que o seguro é o único amparo econômico para grande parte da população de baixa renda depois de um acidente de trânsito.
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Fonte: CQCS